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Na metade do século XVIII, quando o Brasil ainda era colônia de Portugal, Manoel José de Carvalho veio de Icó, Ceará, à procura de novas terras que pudessem ser povoadas e dessem melhores condições de sobrevivência. Chegando à zona serrana do Rio Grande do Norte, ele encontrou uma vegetação diversificada, dando à região uma beleza singular. Durante a caminhada, muitos lugares foram registrados, alguns desses dados por ele, que permaneceram até hoje com o mesmo nome no registro histórico, como as lagoas dos Cedros, dos Mil Homens, São João. Manoel ficou deslumbrado durante sua trajetória na região devido ao clima agradável e às belezas da região, e afirmou:
Estamos na Lagoa de São Miguel, aqui ficarei e um povoado se construirá ao redor de onde estamos.
O nascimento da vila ocorrera em 29 de setembro de 1750, no dia em que era comemorado o dia de São Miguel Arcanjo. Após a fundação do pequeno povoado, este começou a crescer, devido principalmente à vinda de pessoas de outros lugares para São Miguel. A base econômica do povoado começou a se desenvolver principalmente na agropecuária, mas em um processo que ocorreu lenta e gradativamente. Inicialmente subordinado a Portalegre, o povoado de São Miguel passou a pertencer a Pau dos Ferros após a emancipação deste, em 1856. Naquela época, só existiam, na região do oeste potiguar, apenas três povoados (Apodi, Portalegre e Pau dos Ferros), sendo que outros dois começavam a se destacar, sendo São Miguel um deles (o outro era Luís Gomes), mas seu crescimento era mais dificultado devido à sua localização em serra.
Em 9 de setembro de 1875, por meio da lei provincial n° 775, São Miguel é elevado à categoria de vila e, ao mesmo tempo, era criada a freguesia de São Miguel. Em 11 de dezembro de 1876, a vila é desmembrada de Pau dos Ferros e São Miguel torna-se um novo município do Rio Grande do Norte. A instalação oficial do município e da freguesia, que se tornara paróquia, ocorreu em 29 de junho de 1883. A nova paróquia teve como primeiro pároco o Pe. Cosme Leite da Silva, que exerceu a função até sua morte, em 1909.
Em 1911, o nome do município fora alterado de São Miguel do Pau dos Ferros. Tal alteração permaneceu até 1938, quando, por meio do decreto de lei estadual n° 474, em 26 de abril de 1938, o município volta ao seu nome original. Em 1950, ano do bicentenário da fundação de São Miguel, a cidade ganha uma estátua em honra ao seu padroeiro, que foi inaugurada em 17 de agosto no meio da Praça 7 de Setembro. Em 1953, através de leis estaduais, o município passou a ser constituído pela sede e mais dois distritos: Coronel João Pessoa e Doutor Severiano, ambos desmembrados na década de 1960 e elevados à categoria de município. Em 1963, foi criado o distrito de Padre Cosme, atual município de Venha-Ver, emancipado em 1992. Desde então São Miguel permanece com a mesma divisão territorial.
A responsável pelo setor cultural de São Miguel é a Secretaria Municipal de Educação, Esporte, Turismo e Cultura (SEDUC), que tem como objetivo planejar e executar a política cultural do município por meio da elaboração de programas, projetos e atividades que visem ao desenvolvimento cultural. Está vinculada ao Gabinete do Prefeito, integra a administração pública indireta do município e possui autonomia administrativa e financeira, assegurada, especialmente, por dotações orçamentárias, patrimônio próprio, aplicação de suas receitas e assinatura de contratos e convênios com outras instituições.
- Culinária, dança e artesanato:
A culinária local dispõe de uma variedade de comidas caseiras, como a buchada, a galinha caipira, a galinha a cabidela e a panelada, além de pratos típicos tradicionais, tais como arroz de leite, canjica, compotas, doces de frutas naturais, feijoada da serra, o cuscuz de milho (temperado ou de leite), pamonha, peixe de água doce, tapioca, entre muitos outros. Outro destaque é a pizza na serra, fabricada por pizzaiolos micaelenses que trabalharam em cozinhas italianas, oferecendo novidades, como a montagem e os recheios.
Na tradição musical, São Miguel possui violeiros repentistas que apresentam suas performances em diversas apresentações e eventos festivos realizados na cidade. Na dança, destaque para a dança de São Gonçalo, de origem portuguesa e acompanhada de instrumentos, como o violão, e realizada anualmente por moradores, por meio do pagamento de promessa a São Gonçalo, santo que viveu no século XII e possuía o costume de dançar tocando viola.
No artesanato, é possível encontrar uma produção artesanal variada, criada de acordo com a cultura e o modo de vida local e feita com matérias-primas regionais, o bordado, o couro, e principalmente, o barro. Alguns grupos, como os da comunidade remanescente de quilombolas do Sítio Comum, notórias regionalmente pelos seus artefatos manuais feitos de argila, reúnem diversos artesãos da região, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais. Normalmente essas peças são vendidas em feiras, exposições ou lojas de artesanato.
- Atrativos:
Dentre as festividades realizadas anualmente, destacam-se a Trilha de Motos na Serra, que ocorre no mês de abril, a cada domingo da Páscoa, do qual participam motoqueiros micaelenses e de outras localidades vizinhas; a Via Sacra, que é realizada na Semana Santa, percorrendo as ruas da zona urbana, marcando a trajetória de Jesus Cristo com encenações bíblicas em locais representativos; o São João na Serra, conhecido como Arraiá do Tio Kalica, no período das festas juninas, contando com apresentações de quadrilhas, danças folclóricas, animações de bandas de forró e desfiles; a festa do padroeiro São Miguel Arcanjo, que se inicia no dia 19 de setembro com a missa de abertura e o hasteamento das bandeiras e prossegue durante nove noites de novena, encerrando-se no dia 29 de setembro com a procissão percorrendo algumas ruas da cidade com uma imagem do padroeiro; a festa de emancipação política do município, que acontece no dia 11 de dezembro; as comemorações do Natal e o tradicional Réveillon na Serra, que marca a passagem do Ano-Novo.
No patrimônio arquitetônico municipal, destacam-se edificações de interesse cultural que se encontram em pontos diversos de São Miguel, como a Igreja Matriz, algumas casas antigas, o primeiro cemitério da cidade, pequenas capelas, antigos engenhos e casas de farinhas, vestígios do processo de ocupação do espaço. Também há como principais atrativos turísticos no município:
Açude do Bonito: reservatório que abastece a população urbana de São Miguel e está localizado a aproximadamente quinze quilômetros do centro, entre serras, possuindo uma flora rica e utilizado também para descanso, passeios de barco e lancha e pescarias;
Açude do Jacó/Pau Branco: localizado no Sítio Jacó, é o principal atrativo voltado à prática do ecoturismo em São Miguel;
Parque da Lagoa de São Miguel: local onde surgiu e cresceu a Vila de São Miguel, uma das áreas de grande valorização na cidade;
Praça 7 de Setembro: abriga a Estátua de São Miguel Arcanjo, que foi construída em 1948 e colocada no centro da praça em 17 de agosto de 1950, possuindo 1,8 metros de altura e 1,2 toneladas de massa. Serve ainda como ponto de encontro entre moradores e visitantes, tornando-se um dos principais pontos de referência da cidade;
Serrote Verde: localidade próxima a São Miguel que se destaca por possuir um ponto elevado que favorece uma visualização da paisagem natural, além de uma visão privilegiada da cidade
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